Impactos emocionais do mioma uterino – a perda da qualidade de vida
A literatura médica aponta para uma série de sintomas clínicos que as mulheres portadoras de miomas uterinos podem apresentar. Tais sintomas diferem de paciente para paciente, de acordo com uma série de aspectos, entre eles o tipo de mioma, a localização, o tamanho e a quantidade apresentada.
Concordando com o que muitos pesquisadores da área de saúde afirmam, a experiência da equipe do Centro de Mioma, e principalmente a atuação das psicólogas nos atendimentos pré e pós operatórios, indicam que além dos sintomas clínicos, a presença de miomas uterinos provoca também uma série de impactos emocionais nas mulheres portadoras.
Tais impactos podem se iniciar na vida das mulheres antes mesmo do diagnóstico comprovado. Isso ocorre porque muitas vezes a mulher possui os miomas e alguns sintomas, mas ainda não procurou ajuda médica ou ainda não foi identificada a presença deles e portanto, confirmado o diagnóstico. O fato é que os miomas uterinos podem provocar uma série de impactos emocionais na vida das mulheres, culminando com uma perda progressiva da qualidade de vida.
Entre uma série de sintomas que os miomas podem causar, podemos citar alguns que estão mais relacionados aos impactos emocionais na vida da mulher: sangramentos, cólicas, aumento do volume abdominal, dor durante as relações sexuais e dificuldade para engravidar ou para manter a gestação.
Estes sintomas vão, em maior ou menor grau, fazendo parte da vida das mulheres. Elas vão criando rotinas e hábitos, ainda que muitas vezes sem perceber, para adaptar a vida e conviver com os sentimentos gerados. Cabe ainda ressaltar que o impacto emocional e suas repercussões têm a peculiaridade de atingir não apenas a mulher, mas também sua rede familiar mais próxima e o cônjuge ou namorado.
1. SANGRAMENTO: Gera comportamentos evitativos para não passar situações embaraçosas.
a. Sentimento constante de insegurança se algum sangramento vai ocorrer;
b. Ter que usar continuamente absorventes, normalmente os de maior tamanho;
c. Privar-se de certas atividades por medo de passar situações constrangedoras, como exercícios físicos, ir a praia ou piscina, andar de carro, taxi ou carona sem levar proteção para o estofado;
d. Carregar sempre uma muda de roupa extra e absorventes;
2. CÓLICAS:
a. Necessidade de conviver constantemente com a dor ou o medo de que a dor retorne;
b. Ingestão frequente de medicamentos analgésicos;
c. A dor gerando impedimentos para a prática de atividade de lazer e também de trabalho ou tarefas domésticas e rotineiras.
3. AUMENTO ABDOMINAL: Afeta a auto estima da mulher
a. Diminuição da auto estima da mulher por estar “com a barriga maior”;
b. Necessidade de mudança no vestuário;
c. Ser confundida com uma mulher grávida pela projeção da barriga e o constrangimento associado a isso ou frustração por um desejo de realmente estar grávida sem estar;
d. Experimentar um dos sinais associados à gestação sem estar grávida: a constante vontade de urinar.
4. DOR DURANTE A RELAÇÃO SEXUAL: O impacto na vida da mulher e/ou do casal
a. Queda na frequência de atividade sexual, ou mesmo ausência de vida sexual;
b. Impacto no casamento ou nos relacionamentos afetivos
5. DIFICULDADE PARA ENGRAVIDAR E/OU MANTER A GESTAÇÃO
a. Sentimentos de incapacidade, medo da infertilidade;
b. Impacto no casamento;
c. Vivência da dor e do luto pela perda de uma gestação.