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histerectomia

Tipos de Histerectomia – Vídeo #13

 

No vídeo de hoje o doutor Michel Zelaquett esclarece os tipos de histerectomia

Assista:

 

 

 

 

Continuando nossa explicação sobre a histerectomia hoje nós vamos falar sobre os tipos.

Quais são os tipos de histerectomia que existem?

Podemos classificar a histerectomia parcial, completa, e histerectomia radical.

Parcial é quando retira o corpo uterino e preserva o colo do útero. Na minha opinião a preservação do colo do útero em mulheres que têm miomas não faz sentido porque os miomas eles podem aparecer em qualquer parte do útero, seja no corpo uterino, seja no colo uterino.

Tenho diversos casos de pacientes com miomas no colo uterino, então se está tirando o útero por conta dos miomas, e preservar o seu colo do útero saiba que você no futuro pode desenvolver mioma no colo do útero. Na minha opinião em pacientes que vão fazer a retirada do útero para o tratamento dos miomas, é extremamente recomendado que seja também feito a retirada do colo do útero.

A retirada do olho do corpo uterino e do colo do útero, ou seja, do útero todo chamamos de histerectomia completa e histerectomia radical é utilizada para o tratamento do câncer.

E consiste na retirada do útero, das trompas, dos ovários, dos ligamentos que sustentam o útero, além também da retirada dos linfonodos mas isso aí é para uma outra questão é para o tratamento do câncer e os miomas não são nem se transformam em câncer. Então não justifica uma histerectomia radical para tratamento de mioma.

A retirada das trompas.

Muitas mulheres perguntam sobre a retirada das trompas. Nós retiramos as trompas junto com o útero, porque no futuro as trompas só servem para engravidar e com a retirada do   do útero, preservação dos ovários e trompas se surgir um cisto de trompa nenhum exame vai conseguir diferenciar se é um cisto de trompa ou é de ovário, isso vai motivar uma cirurgia desnecessário se esse cisto for de trompa. Por isso retiramos, para o caso de no futuro se surgir um cisto sabemos que é de ovário e podemos proceder com o tratamento correto.

Como fazer essa histerectomia?

É o tratamento mais antigo que existe, inicialmente a primeira histerectomia foi feita por via vaginal; E continua sendo uma ótima opção por ser minimamente invasiva, é retirado o útero todo por via vaginal, sem nenhum acesso abdominal.

Indicado principalmente para mulheres que não tem nenhum cirurgia abdominal, úteros não muito grandes, que não ultrapassem 5 vezes o volume de um útero normal, e é uma questão do ginecologista está habituado a essa técnica.

A grande vantagem é não ter cicatriz nenhuma, recuperação rápida, sangramento pequeno, preservação de todos os ligamentos do assoalho pélvico.

As desvantagens: Úteros muito grande não é possível, apenas somente dependendo da experiência do cirurgião, a suspeita de endometriose associado ou patologias ovarianas, ou quando há suspeita de muitas aderências pélvicas que quando o acesso por via vaginal o cirurgião vai soltando o útero mas você não vê o abdômen a pélve, e com isso o cirurgião pode ignorar completamente qualquer outra patologia.

A histerectomia vaginal é recomendada quando há a certeza que o único problema da  mulher é o mioma, quando o útero não é muito grande e quando não existem outras cirurgias prévias com aderências.

A outro via que pode ser realizada, e também a mais comum é a via abdominal, com corte tipo de uma cesariana, geralmente ela é a mais realizada pela sua simplicidade, facilidade e por não necessitar de equipamentos especiais. Porém é um método bem mais invasivo, a recuperação é mais lenta, e as mulheres acabam retornando ao trabalho acima de 30 a 60 dias de pós operatório, o tempo de internação é maior, o sangramento intra operatório é maior, por isso ela acaba sendo uma via de exclusão, quando você exclui todas as outras possibilidades.

É uma alternativa para pacientes com úteros gigantes, mas deve ser respeitada os limites anatômicos do útero,dos ligamentos que prendem o útero no assoalho pélvico, deve ser preservado o ovário quando possível, Gosto muito dos ligamentos que papel deve ser preservado. A histerectomia abdominal é a mais difundida, todo ginecologista aprende na  residência médica, mas ela é por exclusão.

A Histerectomia laparoscópica tem uma força bastante grande em paciente que desejam o tratamento menos invasivo, que desejo um retorno rápido as suas atividades de trabalho. As técnicas laparoscópica ela consiste em três ou quatro furinhos no abdômen por onde a entra com uma câmera com as pinças, e desconecta todo útero da pelve. E por onde que sai? Quando você faz uma histerectomia laparoscópica com furinhos um centímetro por onde que sai o útero,  muitas vezes de grande volume? Pela Vagina. Então não há   necessidade de ampliar o corte.  

A grande vantagem, por ser menos invasiva você aborda outras patologias, como aderência pélvica, endometriose, cistos ovarianos, etc. É  sempre uma opção menos invasiva e deve ser pensada nas vantagens.

A recuperação é muito rápido em geral as pacientes retornaram às atividades trabalho em torno de 15 no máximo 30 dias, tempo de internação é pequeno em torno de 24 horas, o sangramento intra operatório e menor do que na histeroscopia abdominal só para se ter uma ideia um sangramento de uma histerectomia laparoscópica é em torno de 200 a 300 ml de sangue, considerado um pouco e menor dor no pós-operatório.

E a robótica, hoje ela vem com uma tecnologia inovadora que nada mais é do que a laparoscopia assistida por robô, tem os mesmo princípios da laparoscópica, mas que acaba mas a grande vantagem é movimento de punho nas pinças isso facilita o acesso para miomas grandes, úteros grandes,a gente consegue fazer a cirurgia menos sangrativa, mais rápida, menos dolorosa no pós operatório e uma recuperação melhor.

é a tecnologia vindo para fazer uma tratamento com menos risco para as pacientes.

Então essas quatro vias de histerectomia, histerectomia vaginal, a histerectomia abdominal ou convencional, laparoscópica, robótica tem que sempre no nosso arsenal terapêutico e  sempre pensar do menos invasivo para o mais invasivo. Primeira opção vaginal, laparoscópica, robótica, e se não for possível ir para a histerectomia abdominal.

E importante estabelecer todas as verdades sobre a histerectomia, que não é um bicho de sete cabeças obviamente que a histerectomia retirada do útero para as pacientes que não desejam retirar o útero é um fardo que elas ficam carregando para o resto da vida, então toda vez que você recebeu uma indicação de uma histerectomia se pergunte e pergunte para o seu médico: Essa é minha única opção? Será que eu tenho uma outra opção:  Se você não deseja retirar o útero, se você tem o desejo de preservar o útero, principalmente se você tem o desejo de uma preservar sua fertilidade, e você recebeu a notícia de que você tem que retirar o útero o mais importante é você questionar a indicação da histerectomia ao seu ginecologista e perguntar se existem outras opções.

Se não existirem outras opções de tratamento conservador, se esgotou na sua busca por tratamentos conservadores, se não existirem, obviamente você tem que estar ciente que a histerectomia vai trazer qualidade de vida, melhora dos sintomas. Pensando numa histerectomia quais são os tratamentos? Quais são as vias pelo qual pode ser realizada?  É possível fazer um tratamento menos invasivo? Se aplica ao meu caso a histerectomia  laparoscópica, robótica, vaginal, se não se aplica, o porquê, e por que seria necessário abrir a barriga fazendo a histerectomia abdominal?

Qual é a mulher que acaba tendo problemas emocionais com a retirada do útero? São justamente aquelas que não se conformam com a retirada do útero, se você não se conforma com a sua retirada do útero procure sempre uma segunda opinião isso é bastante importante para saber se é possível preservar, se você vai ter ganho qualidade.

Agora se você está bem resolvida, não tem problemas, nem apego ao seu útero e foi indicada a cirurgia para retirada do útero, onde você vai ter um ganho de qualidade de vida,  não vai ser um fardo na sua vida. Quando eu indico a histerectomia para um paciente,

e quando eu indico é porque realmente não existem outras opções, eu estimulo a pensar um pouco, e a refletir sobre a questão, e dificilmente a gente para que ela seja realizada mais rápido possível, para que ela possa refletir enquanto recebeu a indicação até a execução do procedimento sobre os benefícios as vantagens e as desvantagens da retirada do útero.

Tudo deve ser refletido antes de você proceder a histerectomia, primeiro perguntar se é a única opção, se não há outras opções, e se essa for a única opção pensar nas vantagens e desvantagens, principalmente mudanças qualidade de vida e obviamente vai minimizar o fardo emocional causada pela retirada do útero.

Lógico sempre tem que advogar pela preservação quando é possível, se não é possível a tem que advogar pela qualidade de vida pela preservação da integridade física dessa mulher.

Espero que eu tenha esclarecido bastante sobre a histerectomia como opção de tratamento para lembrando sempre daquele dado: uma em cada cinco histerectomias são desnecessárias. Então pergunte ao seu ginecologista se realmente é necessário a histerectomia em você.

Eu que por hoje isso é o que a gente tem  para falar sobre histerectomia, ficando aberto sempre às perguntas de todos vocês, acessem nosso canal do YouTube do centro de mioma, assinem nossa newsletters, no nosso site vocês podem tirar dúvidas diretamente comigo.

 

centro de mioma - histerectomia

Histerectomia – Vídeo #12

 

No vídeo de hoje o doutor Michel Zelaquett esclarece 7 dúvidas sobre os miomas.

Assista:

 

 

 

 

Olá, eu sou o Doutor Michel Zelaquett, Diretor do Centro de Mioma

Hoje vamos falar sobre histerectomia, que é a retirada do útero.

A retirada do útero é uma opção sim, ao contrário do que muita gente pensa ela não é a única, mas é uma opção viável para tratamento de miomas. É um tratamento radical, e é bastante indicado pelos ginecologistas por isso esse assunto traz bastante polêmica principalmente em mulheres que querem preservar o útero.

Hoje em dia nos Estados Unidos são realizados cerca de 400.000 histerectomia por ano, no Brasil apenas pelo SUS, são realizadas cerca de 100.000. E uma em cada cinco histerectomia são desnecessárias, infelizmente. Por ser um tratamento bastante difundido, bastante realizado, na verdade é o tratamento mais realizado para os miomas. Foi a primeira opção de tratamento cirúrgico para os miomas uterino, e hoje existem diversas técnicas para realização da retirada do útero.

É importante entender que não temos que condenar a histerectomia, porque ela é uma opção de tratamento, precisamos entender quais são as suas vantagens e desvantagens no tratamento de miomas. A histerectomia por ser radical gera muitas dúvidas, principalmente para aquelas que querem preservar o útero.

Quando a histerectomia é opção de tratamento para mulher que tem os miomas uterinos?

Em primeiro lugar, se a mulher deseja preservar o útero já temos que pensar numa alternativa de tratamento, como tratamentos medicamentosos, a miomectomia, ou até mesmo na embolização dos miomas. Se a mulher não quer tirar o útero só vai proceder à retirada se não houver alternativas de tratamento que traga para esta mulher ganho de qualidade de vida. A histerectomia é uma opção de tratamento quando não tem outras alternativas que promovam ganho de qualidade de vida para sua mulher.

É uma ótima alternativa de tratamento para as mulheres que desejam retirar o útero. A grande maioria das mulheres que nos procuram desejam preservar o útero mas existem casos de mulheres que querem retirar e acima de tudo deve ser respeitado o desejo da mulher.

A retirada do útero se faz necessária principalmente quando as outras opções de tratamentos conservadores não são eficazes na melhora de qualidade de vida da mulher e  na melhora dos sintomas como, sintomas hemorrágico, sintomas compressivos, cólicas.

por isso temos a histerectomia como alternativas

A histerectomia gera muitas dúvidas, muitas mulheres quem medo do que que vai acontecer com o assoalho pélvico, as mulheres têm medo de depois que retirar o útero vai ficar perdendo urina, e acabar tendo que fazer uma cirurgia de períneo porque a vagina acaba perdendo a elasticidade, outra preocupação está em relação a libido, perda da função sexual, em relação à questão da menopausa, função ovariana.

Vamos deixar bem claro esses pontos para todos vocês, tirar as dúvidas em relação em a histerectomia. São alguns mitos temos que estabelecer o que é mito do que é verdade

Em relação ao assoalho pélvico: Está provado que mulheres que retiram o útero não necessariamente vão ter problemas a mais de perda de urina ou de queda da bexiga ou de prolapso de cúpula vaginal. Dependendo da técnica utilizada você consegue fazer uma histerectomia preservando os ligamentos que sustentam a vagina, a bexiga e até mesmo o reto, e com isso você diminui a incidência desses eventos principalmente incontinência e urinária e os prolapsos vaginais, como prolapso de cúpula vaginal, prolapso da bexiga ou do reto saindo pela vagina.

Através de uma técnica cirúrgica bastante conservadora no quesito os ligamentos que sustentam o assoalho pélvico muito pouco provavelmente terá essa consequências negativa.

Por isso para mulheres questionam “será que eu vou retirar o útero depois vai tudo cai pela vagina?” a resposta é não. Quando isso acontece, são mulheres têm predisposição a aparecimento de hérnia por exemplo, a hérnia pode ser um indício de que essa mulher independente de retirar o útero não, pode apresentar incontinência urinária no futuro.

Então técnica respeitando os limites anatômicos, pode diminuir a possibilidade desses eventos.

Outra questão é:  em relação aos ovários, e os hormônios.

Como ficam os hormônios femininos depois da retirar do útero.

Precisamos estabelecer o seguinte: Quando for indicado à histerectomia você deve perguntar ao seu médico se os ovários serão retirados ou não, isso faz uma grande diferença, se os ovários ainda são funcionantes, se você ainda menstrua. É extremamente recomendado que seja preservado os ovários, se eles estiverem normais porque eles continuaram produzindo hormônios que manterão a sua função ovariana. Então você vai acabar entrando na menopausa, ou seja o ovário vai acabar entrando em falência, na época natural. Então se você tirou o útero aos 45 e sua menopausa está prevista mais ou menos para os 50, sendo preservados os ovários ainda terá 5 anos de produção hormonal que é extremamente importante para você. É sempre importante para que mantenha-o para função ovariana, e com isso vão continuar produzidos os hormônios estrogênio e progesterona principalmente, a função sexual ela fica preservada, a libido fica preservada a função sexual e a libido não estão relacionadas, está mais do que provado, a questão da presença ou não do útero, ela está relacionado a questão hormonal, então sendo preservados os ovários a função sexual ela é preservada, a libido é preservada.

A libido está relacionada a questão hormonal dos ovários.

Outra questão que muita gente pergunta, relacionado também a função sexual tá na questão do prazer, que pode ser relacionado a presença ou não do útero.

O útero não é responsável pelo orgasmo da mulher, então miomectomia não vai fazer com que essa mulher tenha menos orgasmos, também não está relacionado ao colo do útero. Está provado que os centros erógenos na pelve da mulher, o útero tem muito pouca relevância, a questão do orgasmo não está relacionada a isso. A mulher que tirou o útero não fique achando que a sua função será diminuída. Isso é um mito e temos que esclarecer para todas as mulheres.

Outra questão: lubrificação vaginal. Muitas mulheres acham que retirar o útero vai diminuir a lubrificação vaginal, veja bem se for retirado o ovário você vai perder os hormônios estrogênio e progesterona e certamente isso influenciará na lubrificação vaginal. Se os ovários forem preservados, o útero não é responsável pela lubrificação vaginal, os responsáveis são as glândulas que estão localizadas intróito vaginal, por isso a ausência do útero não vai influenciar na lubrificação, o que vai influenciar é a presença dos hormônios que vão promover a lubrificação vaginal através dessas glândulas que vão promover a liberação do muco.

Daí a importância da sua função importância dos ovários que quando estiverem normais deve ser preservado sim, para que essa função hormonal, sexual da libido não seja alterada. Não estamos advogando pela retirada do útero apenas informando que em caso de histerectomia a função sexual vai ser preservada;

A Menopausa não é caracterizada pela ausência de menstruação, lógico que com retirada do útero a mulher vai parar de menstruar, que se for olhar semanticamente o que significa menopausa é a parada da menstruação, quando olhar fisiologicamente a parada da menstruação ela se faz pela parada de produção dos hormônios estrogênio e progesterona pelos ovários, você parar de menstruar pela ausência desses hormônios, pela falência hormonal é diferente de você parar de menstruar pela retirada do útero.

Quando é feito a retirada do útero porém são preservados os ovários, a mulher para de menstruar porém os hormônios continuam sendo produzido então toda função hormonal dela está preservada, ela não vai ter aquele sintomas da menopausa, com os calores, diminuição da libido, irritabilidade, insônia, ressecamento vaginal, desde que os ovários sejam preservados.

É importante batermos nessa tecla porque muitas mulheres acham que retirar ao útero vai entrar na menopausa mas não. Você vai parar de menstruar, mas se seus ovários forem preservados você vai continuar ovulando, ciclando toda questão hormonal será preservada.

Outra dúvida: Se eu continuar ovulando tem risco de engravidar?

Lógico que não, se você não tem o útero você não tem o risco de engravidar se for preservar os seus ovários. O útero é a matriz onde é concebido o feto, então obviamente se não tem útero, não tem muito a probabilidade você engravidar. Existem relatos de gravidez abdominais em mulheres que não tem útero mas a probabilidade é extremamente remota não é motivo de preocupação.

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Muito obrigado.

 

7 duvidas sobre os miomas

Sete verdades sobre os miomas – Vídeo #11

 

No vídeo de hoje o doutor Michel Zelaquett esclarece 7 dúvidas sobre os miomas.

Assista:

 

 

 

 

 

Olá, eu sou o doutor Michel Zelaquett, diretor do centro de miomas, e hoje vamos falar sobre um assunto bem interessante que são sete verdades sobre os miomas.

Decidimos abordar esse assunto, porque recebemos em nossos canais muitas perguntas

e muitas dúvidas para muitas mulheres.

A primeira pergunta ela é um pouco mais científica sim, mas importante a gente estabelecer:

  • O mioma é câncer?

Resposta: Não. Não é câncer e não se transforma em câncer. O mioma é um tumor benigno que surge na parede do útero e é totalmente benigno.

Outra pergunta muito comum das mulheres que relataram sentir o mioma mexendo na barriga, indo de um lado para o outro, para cima, para baixo…

  • O mioma mexe?

Resposta: O mioma não mexe, ele não tem vida própria, ele não sai andando no abdômen.

O que ocorre são miomas bem soltos do útero, ou úteros soltos, e quando a mulher se move sente o mioma caindo, mas é pelo efeito da gravidade. Se a bexiga estiver cheia, o mioma pode subir um pouco mais, pela pressão que a bexiga faz sobre o útero. Mas o mioma não tem pernas para se mexer de um lado para o outro.

  • O mioma tem cabelo ou dentes?

Resposta: Mioma é um tumor muscular, ou seja não tem dente, não tem cabelo. Para quem viu fotos e vídeos, sabe que ele não apresenta essas características. Tumores com cabelo, dentes, são tumores do ovário ou cisto de ovários. E cistos não são miomas.

  • O mioma “come” o bebê quando a mulher está grávida?

Resposta: Não. O mioma não tem boca, não tem cabelo, não tem dente, não come fetos, não anda, não tem perna. Obviamente o mioma não come o feto no abdômen.

Se você estava grávida e depois que descobriu o mioma perdeu o bebê, provavelmente abortou ou nem esteve grávida.

Isso são estórias que ouvimos e não faz sentido algum, o mioma leva ao abortamento (vamos falar disso em outro vídeo) mas não desaparece com o bebê. Isso é um mito e não há nenhum relato científico comprovando que o mioma tenha comido o bebê.

  • Os chás funcionam, especialmente o chá de Uxi Amarelo e Unha de Gato?

Respostas: Os chás são bons para tratar os sintomas causados pelos miomas.

Existem relatos de mulheres que tem hemorragias, cólicas e que com a utilização do chás os sintomas foram amenizados ou até sumido mas o mioma, ou os miomas, não somem. Se você pensa em tomar esses chás para sumir os miomas, lamento informar: Não vão sumir. Ele podem até diminuir, o que não está comprovado, mas não desaparecem.

Não substitua um tratamento alopático pelo tratamento com chás. As pacientes que perguntam se podem tomar chá, indicamos: tome o chá mas continue em tratamento conosco, recomendamos para aliviar os sintomas desde que não abandone o tratamento original.

  • A menstruação alimenta o mioma?

É uma questão muito importante e muita gente se engana, vamos esclarecer:

Resposta: O miomas surgem na mulher no período entre a primeira menstruação e a menopausa. O Mioma não é alimentado pela menstruação, ele é alimentado pelo sangue que chega ao útero através das artérias uterinas, por isso que é feito a embolização dos miomas, para cortar a alimentação dos miomas.

E o que a menstruação tem a ver com os miomas? A mulher menstrua porque os ovários produzem estrogênio e progesterona, esses sim são nutrientes para que o mioma cresça. Esses hormônios circulam no corpo através da corrente sanguínea e chegam ao útero através da artéria uterina que por sua vez emite ramos para os miomas receberem esse sangue rico em estrogênio e progesterona e esse hormônio que faz a mulher menstruar.

Por isso que quando a mulher entra na menopausa os miomas param de crescer, porque o ovário para de produzir estrogênio e progesterona com isso o sangue que chega ao útero é pobre em nutrientes para os miomas. O mioma na menopausa continua sendo vascularizado no entanto é pobre em nutriente para ele crescer.

Por isso é errado achar que fazendo o uso contínuo do anticoncepcional para suspender a menstruação vai fazer o mioma diminuir, porque não é a ausência de menstruação que faz o mioma diminuir, é a ausência de estrogênio e progesterona.

  • Os miomas voltam depois de um tratamento?

Resposta: Quando os miomas são retirados não voltam.

O que pode acontecer é a recidiva que são NOVOS miomas que surgem no útero e a probabilidade de acontecer é de 30% em até 5 anos, ou seja, 3 em cada 10 pacientes, dessas 3 apenas 1 vai precisar de novo tratamento.

Foram só 7 verdades sobre os miomas, certamente isso vai motivar muitas outras dúvidas, que eu sempre estarei disposto a esclarecer para vocês, basta enviar suas dúvidas para nós, através do Youtube, Facebook, Instagram ou até mesmo nosso site.

Quem sabe faremos um novo vídeo com 7 outras “verdades” sobre os miomas baseado nas dúvidas que foram enviados.

Agradeço mais uma vez, não se esqueça de se inscrever em nosso canal, na nossa newsletter para receber informações.

Muito obrigado.

 

embolização de miomas

Embolização dos Miomas – Vídeo #10

 

No vídeo de hoje o doutor Michel Zelaquett explica a Embolização dos Miomas

Assista:

 

 

 

Olá, eu sou o doutor Michel Zelaquett, neste vídeo nós vamos abordar um tema bastante solicitado por todos vocês que é Embolização dos Miomas.

A embolização é uma técnica minimamente invasiva

Para entender a embolização precisamos entender a anatomia de um útero com mioma: Sabemos que o útero possui duas artérias que nutrem ele, que são chamadas de artérias uterinas, e também que elas vão emitir ramos que vão nutrir os miomas. E é justamente com esta filosofia, entendendo que os miomas são vascularizados, quando os miomas são vascularizados, que são nutridos por sangue que a gente fez uma embolização.

A Embolização consiste em um cateterismo. O cateter que entra pela artéria femoral na virilha, por um furinho igual de tirar sangue,ele é levado até as artérias uterinas, onde são injetadas microesferas, micropartículas de polivinilálcool, que é um material plástico e biocompatível e totalmente inerte que não causa nenhum tipo de reação, essas micropartículas vão ser injetadas no útero através artéria uterina, e elas vão ser carreadas até artéria que nutre o mioma, essas partículas vão obstruir o fluxo de sangue dos miomas. Com isso vai fazer a morte desses miomas através da interrupção do fluxo de sangue.

Eu costumo dizer para meus paciente, médico gosta de falar bonito, por isso que se fala Embolizar os miomas, mas nada mais é do que entupir artéria que nutre miomas. Isso é embolização.

Benefícios:

Em primeiro lugar temos que entender que a embolização vai induzir o processo de morte mioma, o processo de degeneração, o meu processo de necrose, que é morte celular. Com isso os miomas tendem a reduzir de volume e tamanho, podendo reduzir até 70% do volume. Ao contrário do que muita gente pensa, a embolização não faz os miomas sumirem, os miomas não desaparecem, eles não são retirados através da embolização. Quem retira os miomas é a miomectomia. A embolização dos miomas na verdade ela apenas mata os miomas e reduz o volume do útero.

Ela é de extrema valia no nosso arsenal terapêutico nos tratamentos dos miomas, porque, em primeiro lugar: ela tem ótimo índice de redução do fluxo menstrual chegando até 98% de redução do fluxo menstrual, consequentemente diminui a cólicas, reduzindo o volume do útero vai reduzir também os sintomas compressivos causados por esses miomas, como por exemplo compressão sobre a bexiga, vai reduzir o volume abdominal. Por isso ela é de grande valia, principalmente no tratamento sintomático dos miomas.

A embolização é um procedimento multidisciplinar, não é realizado pelo ginecologista. Na verdade é executado pelo cirurgião endovascular ou um radiologista intervencionista.

No entanto sabemos que o mioma é uma patologia ginecológica, então a indicação do procedimento de embolização é EXCLUSIVA do ginecologista, é ele que avalia o caso, a paciente, os miomas, os sintomas e o perfil da paciente, e avalia se ela tem indicação ou não para o procedimento. O cirurgião endovascular única e exclusivamente executa o procedimento de embolização INDICADO pelo ginecologista. Até porque, depois que o mioma for embolizado quem vai realizar o acompanhamento dessa paciente, dos miomas, e o processo de degeneração desses, não vai ser o cirurgião endovascular ou o radiologista intervencionista, será o ginecologista. Porque ele vai estar atento a redução dos sintomas, e  vai poder realizar os procedimentos complementares a embolização, se for necessário uma miomectomia, uma histeroscopia, ou até mesmo, é raro mas a embolização pode não ter sucesso e depois a paciente tem que ser submetida a um procedimento cirúrgico, seja a retirada dos miomas ou até mesmo do próprio útero.

Vale lembrar sempre que é procedimento multidisciplinar:  indicado pelo ginecologista, executado pelo cirurgião vascular ou um radiologista intervencionista e acompanhado pelo ginecologista.

Indicação

Em relação indicação do procedimento, muitas vezes a embolização é indicada em pacientes muito sintomática é uma ótima indicação, mas em paciente que desejam engravidar temos que deixar bem claro que a embolização não é o tratamento padrão ouro para pacientes que querem engravidar.

Existe um estudo de 2008 comparado a embolização e miomectomia em pacientes que desejavam engravidar:

Foram acompanhadas 121 pacientes, 58  foram submetidas a embolização e 63 miomectomia. Sendo 50 gestações em 45 mulheres. Observamos nesse estudo que apesar da embolização ser menos invasiva, igualmente eficaz e tão segura quanto a miomectomia, entretanto a miomectomia parece melhores desfechos reprodutivos nas pacientes que querem engravidar logo após o procedimento. No prazo de até dois anos.

Então se a paciente deseja engravidar em até dois anos a miomectomia é Padrão Ouro, ela é superior a embolização no tocante fertilidade.

A indicação hoje em dia tem se restringindo a paciente que não querem engravidar, a pacientes que estejam próximas da menopausa mas tem muitos sintomas causados pelos miomas e para mulheres que possuem indicação cirúrgica de miomectomia de extremo risco, onde o ginecologista não se acha capaz de preservar aquele útero, ele realiza a embolização para reduzir o volume do útero, o tamanho dos miomas, facilitando o procedimento da miomectomia.

A indicação da embolização é bastante precisa: é um tratamento sintomático principalmente para as mulheres que NÃO desejam engravidar, ou para aquelas que possuem um alto risco operatório, ou um alto risco de perder o útero.

Em relação aos benefícios:

Redução do volume do útero em até 70%

Redução dos sintomas hemorrágicos, sendo muito indicado em pacientes com anemias graves, severas, causadas por hemorragias dos miomas.

Por isso a embolização é bastante útil nesse sentido. Temos que lembrar que é um ótimo tratamento no nosso arsenal terapêutico para os miomas, lembrando: pacientes que desejam engravidar a miomectomia é padrão ouro, não significa que mulher que fez embolização não possa engravidar, mas os melhores resultado reprodutivos são através da miomectomia.

Acredito que com isso tenha esclarecido um pouco mais sobre o processo de embolização, estamos sempre abertos a tirar qualquer tipo de dúvidas nos nossos canais, Facebook, Newsletter, Youtube, e no próprio site, estamos sempre disponíveis para poder esclarecer de forma objetiva, com informações confiáveis em relação aos miomas uterinos, em relação seus tratamentos.

Muito obrigado a todos

Muito obrigado.

 

Miomectomia a Laser

Miomectomia a Laser: a evolução da técnica

O LASER, sigla para Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, já possui ampla aplicação na medicina, inclusive em procedimentos cirúrgicos de diversas especialidades. No entanto, suas aplicações na ginecologia até os dias atuais eram relativamente restritas e pouco difundidas. Mas, com a evolução tecnológica dos equipamentos geradores do Laser e a expertise crescente dos cirurgiões mundo afora, hoje podemos dizer que o LASER também é uma realidade na cirurgia ginecológica.

No tratamento dos miomas, utilizamos o Laser de Diodo de alta tecnologia com uso de uma fibra ótica para direcionar o feixe de luz terapêutico diretamente sobre o tecido. Esta técnica se apresenta bastante segura e com inúmeros benefícios, mais notavelmente na miomectomia uterina.

O uso do Laser na miomectomia uterina representa a grande evolução da técnica tradicional, substituindo o antigo bisturi elétrico monopolar na incisão uterina para acessar os miomas e, em seguida, retirá-los.
E as vantagens são bastante evidentes, como menor risco de queimaduras, menor dano ao tecido uterino sadio, maior precisão de corte e maior poder de coagulação dos vasos sanguíneos.

Consequentemente temos uma cirurgia com menor sangramento intraoperatório, aumentando ainda mais as chances de preservação do útero e da fertilidade, assim como uma recuperação mais rápida.

No vídeo a seguir demonstramos como o LASER é utilizado na miomectomia uterina por laparotomia realizada pelo Dr. Michel Zelaquett e equipe do Centro de Mioma.

Vale ressaltar sua aplicabilidade também nas cirurgias laparoscópicas e histeroscópicas, com igual benefício.

Mulher com dúvida

Embolização dos Miomas Uterinos Vs. Histerectomia

De acordo com um estudo publicado na edição de dezembro de 2016 do American Journal of Obstetrics & Gynecology, a histerectomia, cirurgia para retirada do útero, pode ser evitada em pacientes com miomas uterinos sintomáticos através da realização da embolização dos miomas uterinos.

Annefleur M. de Bruijn, MD e colaboradores, do VU Medical Center de Amsterdã, compararam os resultados clínicos e avaliaram a qualidade de vida relacionada à saúde 10 anos após a embolização uterina ou histerectomia no tratamento de sangramento menstrual excessivo relacionado aos miomas uterinos. Pacientes com miomas uterinos sintomáticos elegíveis para histerectomia foram randomizadas de 2002 a 2004 para embolização dos miomas uterinos (81 pacientes) ou histerectomia (75 pacientes).

O estudo concluiu que em cerca de dois terços das pacientes com miomas uterinos sintomáticos tratados com embolização dos miomas uterinos, uma histerectomia pode ser evitada. A qualidade de vida relacionada à saúde 10 anos após a embolização dos miomas uterinos ou histerectomia permaneceu comparativamente estável.

Sendo assim, a embolização dos miomas uterinos é uma alternativa bem documentada e menos invasiva à histerectomia para miomas uterinos sintomáticos, nos quais os pacientes elegíveis devem ser aconselhados.

Fonte: http://www.ajog.org/article/S0002-9378(16)30396-9/fulltext
Médico com estetoscópio vermelho nos ombros segurando um coração de plástico

Humanizando o tratamento contra o mioma

As causas dessa doença ainda não são totalmente conhecidas, mas os danos, sim. O mioma, tumor benigno que afeta cerca de 50% a 80% das mulheres em idade reprodutiva, pode causar não apenas sequelas físicas como, sobretudo, psicológicas, especialmente quando não se tem muita informação a respeito. “Foi um dos piores dias da minha vida, porque não sabia nada sobre o assunto” diz a paciente Sonia Cristina, diagnosticada com a doença em 2003.

Ele pode ter diversos tamanhos e aparecer em diferentes locais do útero, os seus sintomas mais recorrentes vão de sangramento menstrual em excesso chegando até a temida infertilidade. A gravidade varia, mas a maneira invasiva com que a doença interfere no bem estar e na qualidade de vida das mulheres é aterradora. “Receber subitamente a notícia que você será mutilada e que não terá mais a menor chance de engravidar é cruel demais para uma mulher, principalmente para as que nunca tiveram filhos e estão em idade fértil”, a paraense Brenda, assim define a experiência a princípio assustadora de ter descoberto a doença aos 31 anos.

Segundo pesquisas, entretanto, apesar de sua grande ocorrência, cerca de 70% das mulheres com a doença não sentem seus sintomas, e seus danos se tornam maiores quando, por conta de sua localização e de seu volume, distorcem a cavidade uterina.
Atualmente, após o diagnóstico preciso, o tratamento dos miomas podem ser feitos de diversas formas. O acompanhamento de um médico especialista se faz mais que necessário tanto no diagnóstico quanto no tratamento, pois só ele, de acordo com o caso diagnosticado, será capaz de definir a melhor maneira de tratar a doença. De maneira geral, três fatores são levados em conta neste processo: os sintomas apresentados, os tipos de miomas encontrados e o perfil da mulher com mioma.

Os avanços tecnológicos aliados a pesquisas científicas importantes tornaram o principal objetivo do combate à doença – a preservação do útero, e o consequente bem estar das mulheres – em resultado possível e alcançável. Somando-se a isso, é cada vez mais importante o aspecto humano no acompanhamento médico no diagnostico e tratamento do mioma. Personalizar a relação entre médico e paciente, visando sempre à qualidade de vida da mulher, entendendo suas necessidades, mas sem por risco a qualidade e eficiência do tratamento, é de vital importância neste processo.
Assim é o trabalho realizado pelo Centro de Mioma, que utiliza uma equipe multidisciplinar no tratamento dos mais diferentes tipos de casos e pacientes com uma abordagem individualizada. “O Centro de Mioma é um local sério, com profissionais dedicados e de absoluta confiança. Lá encontrei pessoas que realmente se importam com o paciente” confidencia Sonia Cristina, que após alguns anos conseguiu superar a doença com a ajuda do Centro.

Mulher se consultando com uma médica

O Ginecologista e sua importância na embolização dos miomas uterinos

A embolização dos miomas uterinos é um procedimento minimamente invasivo. Este tratamento dos miomas é realizado através do cateterismo das artérias uterinas e pela injeção de microesferas responsáveis pela obstrução do fluxo sanguíneo dos miomas. Este processo faz com que os miomas entrem em degeneração, levando-os a reduzir de volume e consequentemente a melhora dos sintomas causados pelos miomas.

O procedimento de embolização dos miomas é realizado por um cirurgião vascular ou por um radiologista intervencionista habilitado em procedimentos endovasculares, estando qualificado a realizar uma série de procedimentos operacionais relacionados ao cateterismo arterial, a imaginologia angiográfica e a análise do resultado. Contudo, o trabalho do cirurgião vascular/radiologista intervencionista no tratamento dos miomas se limita exclusivamente a execução do procedimento de embolização dos miomas uterinos.

A pratica diária e a experiência que os ginecologistas possuem na avaliação de massas pélvicas, do sangramento uterino anormal e no tratamento cirúrgico de afecções ginecológicas, habilitam exclusivamente estes profissionais para a indicação de qual o tratamento mais adequado dos miomas uterinos em cada caso. E para a indicação do tratamento através da embolização dos miomas uterinos é necessário que o ginecologista esteja treinado e habituado a este tipo de procedimento. É necessário que ele esteja afeito aos riscos e benefícios da embolização dos miomas, principalmente quando comparada às outras opções de tratamento dos miomas, como a miomectomia e, até mesmo, a histerectomia. Além disso, o ginecologista deve ter experiência suficiente na resolução das complicações não vasculares decorrentes da embolização dos miomas, como dor pélvica, infecções e parturição do mioma, haja visto que a grande maioria dos cirurgiões endovasculares não estarão habilitados a resolvê-las.

Sendo assim, a embolização dos miomas uterinos não deve ser realizada sem a indicação expressa e sem o acompanhamento especializado de um ginecologista habituado a esta técnica minimamente invasiva, reduzindo os riscos e as complicações e conferindo, sobretudo, melhores resultados ao procedimento.

Miomectomia

Os miomas voltam após uma Miomectomia?

Uma vez que os miomas são retirados numa cirurgia de miomectomia eles não voltam. Portanto, a “volta” dos miomas é um termo incorreto. O correto é falar sobre o aparecimento de novos miomas ou, tecnicamente falando, recidiva dos miomas. Apesar de novos miomas poderem crescer depois de uma miomectomia, a maioria das mulheres não necessitará de um tratamento adicional. Se a primeira miomectomia é realizada por um mioma único, apenas 11% das mulheres precisão ser submetidas a uma nova cirurgia dentro dos próximos 10 anos. Se a primeira miomectomia for realizada por múltiplos miomas, cerca de 26% das mulheres terão uma cirurgia subsequente em 10 anos. Mas o risco de uma nova miomectomia é ainda menor em mulheres que se aproximam da menopausa, isto porque não há tempo suficiente para que novos miomas apareçam até que a mulher entre na menopausa. Portanto, é muito incomum que uma mulher submetida a uma miomectomia após os 40 anos necessite de um novo tratamento para os miomas uterinos.

Após uma cirurgia de miomectomia, miomas podem ser encontrados numa ultrassonografia de rotina. Muitas vezes, o achado destes miomas após uma cirurgia está relacionado ao fato do cirurgião não ter tido o cuidado de remover o máximo de miomas possível. Um estudo revelou que 29% das mulheres haviam miomas remanescentes vistos à ultrassonografia após uma cirurgia de miomectomia. No entanto, vale ressaltar que muitas cicatrizes no útero podem mimetizar um mioma ao ser vista numa ultrassonografia realizada com menos de 3 meses após a cirurgia. Em outros casos, o número de miomas muito pequenos é tão grande que se torna extremamente difícil remover todos eles sem prejuízo a fertilidade e sem risco a preservação do útero.

Embora a ultrassonografia realizada após a miomectomia encontre miomas, muitos deles são tão pequenos e causam nenhum sintoma, não justificando qualquer tratamento, sendo recomendado apenas o acompanhamento periódico. Um estudo, por sinal muito citado por ginecologistas para encorajar as mulheres a fazerem uma histerectomia (retirada do útero) ao invés de uma miomectomia, encontrou miomas maiores do que 1,0 centímetro em 51% das mulheres em até 5 anos após uma miomectomia. Bem, 51% parece ser um número bastante significativo, mas é muito importante lembrar que poucas mulheres vão requerer um tratamento adicional neste período.

O que poderia aumentar ou diminuir o risco de novos miomas surgirem após uma miomectomia? Um estudo revelou que o parto foi o único fator que diminuiu o risco de novos miomas surgirem. Após 10 anos, novos miomas foram encontrados em 16% das mulheres que deram a luz após a miomectomia e em 28% das mulheres que não tinham dado a luz. O risco de novos miomas surgirem também aumenta com o número de miomas retirados numa cirurgia. Não porque o cirurgião tenha deixado muitos miomas, mas por conta de uma predisposição genética maior para o aparecimento de novos miomas.

Outra questão a ser levantada é o uso dos análogos do GnRH como preparo pré-operatório da cirurgia de miomectomia em casos com miomas múltiplos. Os análogos do GnRH diminuem o volume dos miomas, o que pode tornar mais difícil a identificação e a retirada de pequenos miomas durante a miomectomia. Um estudo demonstrou que, após a cirurgia de miomectomia, 63% das mulheres tratadas com análogo do GnRH tinham pequenos miomas vistos a ultrassonografia, contra apenas 13% das mulheres que não foram tratadas com análogo do GnRH.

Portanto, diante das evidências, se a justificativa para retirar o seu útero for o fato dos miomas voltarem, questione. Pergunte e discuta com seu médico a real indicação do procedimento proposto. Se preferir, procure uma segunda opinião. E, pese na relação risco-benefício todos os motivos para preservar ou não o seu útero.

Dr. Michel Zelaquett falando sobre Miomas no programa Sem Censura, da TV Brasil

Dr. Michel Zelaquett fala sobre MIOMA no Sem Censura

Dr. Michel Zelaquett fala sobre miomas uterinos a apresentadora Leda Nagle e seus convidados no programa Sem Censura (TV Brasil) no dia 01/08/12.